Estava em casa e num intervalo comercial foi veículado uma propaganda de Natal da empresa Boticário. Esperava uma propaganda clichê de uma família trocando presentes e dentre eles algum perfume ou cosmético mas o que chamou a atenção foi a escolha de um tema diferente, o Natal de crianças de pais separados/divorciados.
Por mais que seja algo comum, não me lembro de alguma outra empresa explorar esta situação. Na prática é muito mais fácil retratar o natal de uma "família perfeita" mesmo que essa não seja uma cena tão frequente nos dias atuais como já foi no passado.
Enfim, pensando no funcionamento do mercado essa tática pode inclusive ser mais efetiva do que a de casais que viveram "felizes para sempre"; vivemos num mundo real e os consumidores criam conexões muito mais sólidas com empresas que entendem a realidade na qual estamos inseridos.
Para adotar uma estratégia menos convencional é preciso coragem e ousadia, pensar fora da caixa e fugir do senso comum. Esta propaganda é um exemplo porém olhando ao meu redor e aproveitando o cenário de Retrospectivas 2016, este foi sem dúvida um ano de quebra de tabus.
Hoje temos Governadores, Senadores, Ministros e Empresários presos, vendo o nascer do Sol numa janela quadrada e trajando uniformes de presidiário. A velha frase de que "só pobre vai para cadeia" começa gradualmente encaminhar para algo como "a justiça tarda mas não falha".