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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sobre Midas e Guido Mantega

O Toque de Ouro é um famoso mito atribuído ao Rei Midas na Mitologia Grega; aliás Midas de fato existiu e reinou na Frígia (uma região hoje pertencente a Turquia) no século VIII a.c.
 
Na mitologia grega Midas foi agraciado com um desejo pelo deus Baco (o famoso deus do Vinho) após ter cuidado do velho Sileno, pai de criação de Baco, o qual após tomar umas e outras foi encontrado ao relento.
 
Podendo escolher o que quisesse Midas pediu a Baco "todo o ouro em que pudesse pôr as mãos". Talvez o Rei tenha se expressado mal porém o que acontecera é que tudo o que ele encostava transformava-se em ouro. No princípio poderia parecer algo interessante mas alguns problemas não tardaram em aparecer como o fato de Midas não puder sequer se alimentar  já que todo alimento que tocava transformava-se em ouro e o pior, a própria filha de Midas ao encostar no pai fora também transformada em ouro.
 
Os mais curiosos podem buscar na internet o desfecho da história; porém há outro mito um pouco menos famoso sobre Midas. Numa espécie de The Voice entre a Harpa de Apolo, o deus Sol e a Flauta de Pã, o deus dos Bosques no qual o jurado era Timolo, o deus das Montanhas, Midas questionou a vitória de Apolo o qual ficara furioso e como punição pelo audacioso comentário conferiu Orelhas de Burro à Midas.
 
O que tudo isso tem a ver com Guido Mantega? Alguns leitores podem considerar que as Orelhas de Burro de Midas caberiam perfeitamente na cabeça do Professor Guido porém a maior semelhança que acredito decorre do fato de que em algum momento ao longo dos 9 anos em que liderou o Ministério da Fazenda Guido de fato acreditara que possuía o Toque de Ouro de Midas.

Mantega acreditou que independente do Desequilibrio Fiscal, da Pressão Inflacionária, do Aumento do Endividamento das Famílias e da Desaceleração do Crescimento da Economia Mundial bastava apenas um Toque ou uma Canetada Ministerial para manter a Economia Brasileira num Ciclo de Crescimento.
 
Guido não estava sozinho nesse devaneio, outros dois economistas de (péssimo) calibre o acompanharam. Dilma Vana Roussef e Arno Augustin (ex Secretário do Tesouro) formavam um emblemático Triunvirato, crentes duma cartilha de Intervencionismo que poderia reproduzir efeitos tão espetaculares quanto o Toque de Midas.
 
Tanto na Mitologia como na Vida Real a moral da história é que formas fáceis de gerar riqueza trazem graves consequências tanto a si próprio como as pessoas à sua volta.
 
Guido e seus comparsas fingem que não fizeram nada de errado, ou melhor, tudo o que fizeram foi na melhor das intenções e que o retumbante fracasso da Política Econômica orquestrada pelo Economista Ítalo-Brasileiro foi devido à Crise Econômica Mundial.
 
O que não fecha nesse argumento é que independente de uma desaceleração na Economia Mundial se tivessemos bons fundamentos não sofreríamos tanto quanto estamos sofrendo.
 
No gráfico abaixo nota-se que a queda do crescimento no Brasil só é comparável ao da Rússia, país que depende bastante da exportação de Petróleo, uma commoditie que tinha o barril cotado a mais de USD 100 em 2011 e hoje está na faixa de USD 50.
 
 
Os dados de 2016 são projeções do FMI mas o que fica evidente (me desculpem se os dados estão emaranhados) é que uma gripe na Economia Mundial se transformou em uma Grave Pneumonia na Economia Brasileira e sem um principal vilão como o Petróleo no caso dos russos.
 
Não precisamos aprofundar muito a análise para concluir que tirando o mito do elemento externo a conclusão cabal é que estamos no atual cenário devido nossos próprios erros de Política Econômica.
 
Se Dilma e Mantega fossem Gestores de um Fundo de Investimento seria algo comparável a terem escolhido um Portifólio composto por OGX, USIMINAS, GOL, OI e GERDAU; talvez com o agravante de terem aumentado a aposta/investimento mesmo com evidências claras das escolhas equivocadas.
 
Aliás que fim levou Guido Mantega? Será que há Empresas, Bancos e Instituições Financeiras interessadas em conselhos do Ministro da Fazenda mais longevo da história desse país?
 
Na história das Orelhas de Burro, Midas começara a utilizar um Turbante para escondê-las. O único que sabia do curioso fato era o Barbeiro do Rei que jurou guardar segredo. Dado o esforço de manter aquela informação em sigilo o Barbeiro cavou um buraco onde gritara como um desabafo "O Rei Midas tem Orelhas de Burro!".
 
Reza a lenda que passado o tempo cresceram Juncos no entorno do buraco os quais ao soprar do vento repetiam a frase proferida pelo barbeiro e dessa forma o segredo foi revelado à toda população.
 
Guido e Dilma podem até achar que são inocentes da Crise Econômica pela qual passamos mas a assinatura deles nessa obra é tão clara e sonora (sic) quanto a dos Juncos balançados ao soprar do vento.
 
 
 

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