Poucos Economistas causaram tanto impacto nesta ciência como o Britânico John Maynard Keynes. Sua obra revolucionou o pensamento econômico e seu livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda" é sem dúvida um divisor de águas para todos que o sucederam.
Curiosamente definir hoje o que é ser Keynesiano é uma tarefa no mínimo complicada, principalmente do lado de cá da Linha do Equador.
Prova disso é a diversidade de ramificações de pensadores que se consideram influenciados por Keynes como Keynesianos Clássicos, NeoKeynesianos, Keynesianos Jurássicos e Keynesianos de Quermesse (créditos aqui para Alexandre Schwartsman).
Confesso que fui ler a Teoria Geral apenas após formado, mais especificamente 4 anos após minha Formatura. É um livro de fato diferenciado quando pensamos no período no qual foi escrito. O livro foi lançado em 1936, logo após a Grande Depressão que teve como marco inicial o Crash da Bolsa no dia 24 de Outubro de 1929 (também conhecida com 5a feira negra).
Uma provocação: você acredita que a Redução da Taxa Básica de Juros pode estimular o PIB? Então você é Keynesiano (apesar de muitos colegas de ofício discordarem). Esse conceito para nós atualmente parece óbvio porém a formulação deste efeito só foi introduzida de forma estruturada na literatura econômica por Keynes, antes nenhuma obra tratou esta relação de forma tão objetiva como a Teoria Geral.
Keynes defendia Gastos Públicos para estimular a Economia? Sim, porém sob condições de frustração na Demanda Agregada. Num cenário de crise a confiança dos agentes pode ser tão impctada que os instrumentos de Política Monetária como a Taxa de Juros passam à ser ineficazes para estimular a Demanda. Dessa forma o Gasto Público entraria como uma ferramenta temporária (e aqui destaco o termo por que é a prinicipal cegueira intelectual dos Keynesianos Tupiniquins) para reestimular a Demanda.
Onde Keynes errou? Essa resposta não vem deste singelo economista mas sim do também Keynesiano Paul Krugman (Nobel de Economia em 2008) no prefácio de versões atuais da Teoria Geral. Keynes não conseguiu distinguir uma situação particular de uma situação geral; para aquele período de fato o Gasto Público era a ferramenta adequada porém há outros cenários de crise econômica nos quais a Política Monetária pode ser eficaz para estimular Demanda Agregada.
Veja o atual caso Brasileiro, a inflação acumulada em 12 meses está na faixa de 9%, muito acima da meta de 4.5% (apesar de Alexandre Tombini ter tentado emplacar 6.5% como meta) e temos uma Taxa Selic de 14.25%. Seria o momento de aplicar o remédio Keynesiano?
Respeito os diferentes tipos de opinião mas qualquer estudante calouro de Economia com estes dados consegue deduzir que a Economia brasileira não passa por um Problema de Demanda Agregada.
Basta ver com cuidado a composição do IPCA; há de fato um grande impacto dos Preços Administrados como Combustíveis e Tarifas de Energia Elétrica que foram represados ao longo dos Governo Dilma e em Jun.16 acumulavam alta de 9.92% em 12 meses porém ao observar a Inflação de Serviços temos alta de 7.02% no mesmo período, também muito acima da meta.
Se o Problema fosse Demanda já observaríamos uma Inflação de Serviços em num nível civilizado porém mesmo em Recessão e com Desemprego em Alta um Setor Mão de Obra intensivo como o de Serviços ainda apresenta Preços crescendo à uma taxa muito superior à Meta de Inflação.
Um velho ditado diz que "Não se pode ensinar novos truques à um Cachorro Velho"; a frase vem bem a calhar para descrever alguns Keynesianos tupiniquins os quais possuem crenças tão enraizadas que não conseguem ter a humildade intelectual para reconhecer que nem sempre um mesmo remédio pode resolver diferentes tipos de doença.
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