Deixando momentaneamente os problemas de Brasília de lado vou retomar alguns pontos do velho Manual de Microeconomia.
Hoje estive no Palestra Itália (atualmente Allianz Parque); para os ingressos comprados pela Internet é necessário retirar o voucher/ticket de acesso nas Bilheterias.
Meu ingresso era para um setor com acesso pela Turiaçu (atualemente Rua Palestra Itália) mas há duas Bilheterias no Estádio, uma localizada nesta Rua e outra na Avenida Francisco Matarazzo.
O primeiro instinto foi caminhar para a Bilheteria da Turiaçu uma vez que estaria ao lado do Portão do Acesso do meu setor porém chegando lá havia uma extensa fila que passava por todas as barracas de lanche de pernil chegando quase a Avenida Franscico Matarazzo.
Faltavam quase 2 horas para o jogo porém pelo andar da carruagem pelo menos metade desse tempo eu passaria esperando naquela fila. Pensando não ter muito a perder decido então verificar a fila da Bilheteria da Av Matarazzo e para minha surpresa a fila estava muito menor.
Resultado, retirei o ingresso na Matarazzo e caminhei até a Turiaçu para assistir ao jogo gastando muito menos tempo numa Fila e podendo por exemplo cotar e comparar as iguarias dos inúmeros Caminhões de Comida (os famigerados Food Trucks).
O que este exemplo mostra é que há casos em que há Ineficiência na Economia; se não houver alguma ação, como por exemplo Funcionários do Allianz Parque direcionando as pessoas para as filas com um menor fluxo de pessoas, é provável que não se atinja um Equilíbrio Eficiente.
Outro exemplo que observo com frequência é a busca por vagas num Shopping Center, apesar da maioria dos estabelecimentos possuírem amplas áreas de estacionamento não são raras às vezes em que gastamos um bom tempo em busca de uma vaga.
Não à toa alguns Shoppings já contam com uma espécie de "Placar Eletrônico" que aponta o número de vagas disponíveis por andar tal como um farol verde ou vermelho para guiar o motorista nos corredores e indicar quais vagas estão ocupadas (luz veremelha) e quais estão livres (luz verde).
Em ambos os casos o tempo gasto pelos agentes (um recurso precioso para qualquer um) foi otimizado simplesmente dando visibilidade de informações para a tomada de decisão, i.e., escolher uma ou outra bilheteria ou tentar estacionar no andar x ao invés do andar y.
Na ausência de mecanismos que garantam a visibilidade das informações para todos os indivíduos os benefícios são auferidos apenas por alguns em detrimento de outros. Quantas pessoas por exemplo não estariam dispostas a andar 5 minutos para a outra Bilheteria mas não o fizeram pela falta da informação acerca do tamanho da outra fila?
O caso clássico de Assimetria de Informação nos livros de Economia é o de Carros Usados no sentido que os Donos dos Carros sabem muito mais sobre a qualidade do veículo do que os Potenciais Compradores.
Nesse contexto imagine que para um certo modelo um consumidor estaria disposto à pagar R$ 50 mil por um Carro em Bom Estado e R$ 40 mil por um Carro com Defeitos. Porém por não conseguir distinguir facilmente um Modelo do outro o Agente credita uma probabilidade de digamos 50% dum Carro estar ou não em Bom Estado. Dessa forma o Preço praticado no Mercado tende a ser R$ 45 mil (50*50% + 40*50% = 45).
Este resultado gera uma série de ineficiêcias uma vez que:
I. Proprietários de Carros Bons recebem menos do que poderiam
II. Proprietários de Carros Ruins recebem mais do que deveriam
III. Alguns Consumidores são Beneficiados perante Outros mesmo pagando o mesmo preço.
Resumindo em Mercados nos quais alguns possuem mais informação do que outros é comum constatar Falhas que em geral se traduzem em Preços Distorcidos e/ou um Equilíbrio Ineficiente.
PS: para quem não se recorda ou nunca assistiu à minisérie Chapolim esta é a foto do personagem Super Sam que tem como bordão a sentença "Time is Money", uma das toscas aparições de Ramón Valdéz no episódio "Poucas Trancas ataca novamente".
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