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domingo, 3 de julho de 2016

Chi Chi Chi Le Le Le

O Chile há algum tempo vem gahando destaque não apenas no Futebol (no qual dentre outras proezas sagraram-se recentemente Bicampeões da Copa América em cima da Argentina e por tabela "aposentaram" o gênio e melhor jogador que já vi jogar Lionel Messi da Seleção Hermana) mas também no Cenário Econômico.
Estive no país e percorrendo a cidade cercada pela Cordilheira e desfrutrando de bons vinhos também tive a oportunidade de pegar um rápido panorama do Segundo Mandato da Presidenta Socialista Michel Bachelet. Estava de férias mas certos vicíos de olhar o mundo sob a lupa do Economista são difíceis de largar.
Além de um viés Estatizante e defesa de um Estado Forte Bachelet guarda outra semelhança com nossa Presidenta Afastada, ambas se formaram em Economia. Michele leu da mesma parca literatura que inspira muitos dos ícones da Heterodoxia Tupiniquim e quer aproveitar seu Segundo Mandato para realizar alguns Experimentos.
Em seu primeiro mandato (2006-2010), tal como no primeiro mandato Petista no Brasil, Bachelet decidiu manter o receituário econômico de Mercado Livre e Concorrencial e o Chile manteve um bom Crescimento Econômico;  seu nível de aprovação atingiu cerca de 84% ao final do período em que governou.
No Chile não há reeleição presidencial então Bachelet teve que aguardar até 2014 para se candidatar e retornar ao poder. Sua principal plataforma foi a Reforma Educacional e a promessa de Ensino Superior Gratuito (o plano possui outras frentes populistas porém para não me estender muito focarei nesse pilar; uma boa matéria sobre o panorama geral pode ser lida aqui.)
No Chile mesmo Universidades chamadas de Públicas não são gratuitas. Nesses casos o Governo oferece um subsídio às Escolas visando reduzir os custos da Entidades e dessa forma reduzir a mensalidade cobrada dos alunos.

Michele aparentemente foi uma aluna que estudou um pouco mais do que Dilma; para finaciar a Reforma Educacional (ou qualquer novo gasto) sem "Endividar" o Estado não há outra forma possível senão Aumentar Impostos. Claro que no Brasil o trio Dilma, Mantega e Arno inventariam uma forma de abater os gastos de uma Reforma como essa do Orçamento porém eles não conseguiram influenciar nossos colegas Chilenos neste sentido.
Num estalar de dedos a aprovação de Bachelet despencou até o patamar atual de 21%, principalmente pela insatisfação dos empresários pelo aumento de Impostos num cenário em que a Economia Chilena está num menor ritmo de Cresciment. O Cobre que corresponde a 50% da Exportação Chilena caiu cerca de 23% nos últimos 12 meses.
Outro item que chamou a atenção é algo que talvez nem os Economistas Petistas pensaram, há um debate no Chile para limitar ou mesmo proibir o lucro das Instituições de Ensino para forçar ao máximo a redução das mensalidades.
Parece que alguns Intelectuais Socialistas possuem uma memória curta ou ao menos viesada quando propõem esses chamados Pacotes de Bondades. Há inúmeros casos na história (inclusive a situação dramática da Universidade de São Paulo que destquei no último post) provando a ineficiência de Empresas Estatais porém volta e meia algum Político bem intencionado tenta obter um Resultado Diferente fazendo as mesmíssimas coisas.
Como Nota enquanto estava no Chile não apenas os empresários estavam insatisfeitos mas os Jovens e Estudantes estavam nas ruas protestando uma vez que apenas os 60% mais pobres foram beneficiados com a Gratuidade enquanto os manifestantes exigem a gratuidade universal.
O debate por reformas que beneficiem camadas menos favorecidas da sociedade é justo porém os Governantes deveriam ser um pouco mais cautelosos ao nortear a Política Econômica por medidas populistas. No Brasil estamos pagando uma conta cara justamente por não ter encarado de forma realista as Restrições do Orçamento Público; no caso do Chile é esperar para ver os resultados da Experiência Heterodoxa de Michele Bachelet.

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