Muitos colegas acreditam que é uma falácia dizer que a Crise nas Contas Públicas se deve à Má Administração, Ineficiência e Excessos nos Gastos Governamentais uma vez que a Conta de Juros Pagos às Raposas Especuladoras do Mercado Financeiro é extremamente pesada.
No mundo mágico heterodoxo o remédio para a Crise Econômico passa de uma forma ou de outra por uma Redução Brusca na Taxa de Juros; neste conto de fadas o Superávit Primário é apenas um detalhe de pouca relevância e quem prega coisas como Reforma da Previdência ou Contenção do Gasto Público é um Agente das Grandes Corporações Capitalistas Rentistas.
Uma comparação tosca mas que ajuda a entender a importância do Superavit Primário inclusive para a Redução dos Juros Pagos é a Comparação com o Orçamento Familiar.
Imagine que você é o provedor ou provedora da sua familía e o Superávit Primário seja aquilo que sobra do seu Salário descontadas as Despesas Fixas (luz, água, telefone, internet, etc) e que o Imóvel que você mora é financiado.
Para ficar mais fácil imagine que no seu financiamento imobiliário o Juros Pago mensalmente é de cerca de R$ 1000. Dessa forma uma pessoa racional tentaria economizar (ter um Superávit) de pelo menos R$ 1000 para pagar os Juros do Financiamento.
Agora imagine que este nosso personagem resolve aumentar a mesada dos filhos, contrata um plano de TV à Cabo com acesso à todos os Canais de Filme e Pay Per View e resolve que irá jantar fora do domicilio todos os dias.
Seu nível de Gastos aumentou de forma permanente (supondo ser muito difícil quebrar os contratos com Operadoras de TV e diminuir a Mesada dos Filhos) porém sua Receita se manteve constante.
Este cidadão percebe que no final do mês não possui um tostão furado para pagar a Prestação do Financiamento e após uma pequena reunião com colegas de bar descobre o motivo de não ter o dinheiro da parcela mensal, a culpa é dos Juros Altos que alimentam o Gordo Bolso de Banqueiros.
Indignado e inflado por um espiríto justiceiro nosso herói se direciona ao Banco e exige uma Redução nos Juros; diz que essa é a única forma de voltar a ter condições de quitar as dívidas e ajustar seu Orçamento.
Depois de muita discussão o Gerente reduz pela metade os Juros e nosso amigo pagará apenas R$ 500 nas próximas parcelas até que sua condição financeira melhore. A notícia o deixa tão feliz que ele volta para casa e convida todos à celebrarem a conquista num Restaurante Caro e ainda utiliza parte deste valor que obteve de desconto no financiamento para aumentar a mesada dos filhos.
No próximo mês de forma inexplicável nosso personagem fica chocado ao constatar que novamente não tinha os R$ 500 para quitar a parcela. Após um amplo debate das causas do problema a conclusão que se chega é que os Juros do Financiamento ainda continuma muito altos. Novamente ele se direciona ao Banco revoltado e exige nova redução nos Juros.
Não é difícil constatar que sem um Ajuste Estrutural não há redução de Juros que equilibre o Orçamento Familiar deste indivíduo e usando um português bem claro isso exige decisões difíceis como Reduzir a Mesada dos Filhos, Cortar o Pacote de TV à Cabo e Diminuir o Número de Refeições fora do Lar.
Claro que para simular isso de forma rigorosa e em termos econômicos há considerações mais complexas do que as nossas premissas porém não há truque de economágica que induza o Crescimento Econômico no nosso país. Sendo bem claro, se a saída de uma das piores Crises Econômicas da história Brasileira fosse tão trivial como reduzir abruptamente a Taxa de Juros será que ninguém teria aplicado este remédio?
Aliás quem pensa assim geralmente tem uma memória tão "curta" que beira a desonestidade intelectual por esquecer que no Governo Dilma baixamos a Selic na "marretada" para 7,25% a.a. e o resultado foi um cenário catastrófico de Estagnação + Inflação (a popular Estagflação).
Vale a pena realizar este experimento novamente e esperar um resultado diferente?
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