A eleição de João Dória Jr no primeiro turno para Prefeito da Cidade de São Paulo foi emblemática por desbancar os chamados políticos tradicionais como Marta Suplicy, Erundina, Celso Russomano e o atual Prefeito Fernando Haddad.
Dória é empresário e filho de um político e construiu sua campanha enfatizando a imagem do Gestor em contraste com a da tradicional velha classe Política.
Uma das pautas do seu Plano de Governo são projetos de Desestatização; falar neste assunto logo após 4 anos de governo do PT é um prato cheio para os críticos ao Capitalismo e bastiões da defesa de Políticas Sociais.
Porém para estas pessoas que acreditam que o chamado Livre Mercado e um Estado Menor são incompatíveis com o Desenvolvimento Social é interessante analisar com maior atenção a pauta dos projetos que serão privatizados.
Há uma grande alvoroço quando por exemplo há rumores de Privatização da Petrobrás, uma empresa referência tecnológica explorando um recurso natural estratégico porém será que faz sentido para a Cidade de São Paulo manter um Autodrómo e um Sambódromo frente à tantas outras prioridades?
Em termos econômicos a Prefeitura deveria mantê-los caso se enquadrem na definição de Bem Público, ou seja, gerem uma Externalidade Positiva à sociedade e sua Produção seja Insuficiente ou não haja interesse da Iniciativa Privada em provê-lo.
No caso do Autodrómo de Interlargos e o Sambódromo do Anhembi além de propriciarem Lazer e Diversão por trazerem ao Paulistano o GP Brasil de Fórmula 1 e o Desfile das Escolas de Samba ambos geram Receita aos Cofres Públicos dada a elevação de gastos com Hotéis, Restaurantes, etc e consequente aumento na arrecadação do ISS (Imposto municipal sobre Serviços).
Dessa forma há de fato externalidades positivas em manter os espaços porém será que não há interesse da Iniciativa Privada em prover estes dois bens? Posto de outra forma será que faz sentido o contribuinte ser o responsável pelo custo de manutenção de um Autódromo?
Há poucas coisas boas numa recessão porém espero que a busca de alternativas para reduzir custos e aumentar a eficiência do Gasto Público seja um legado que Velhos e Novos Políticos mantenham daqui para frente.
Um Estado Menor não é necessariamente um Estado que não focará esforços em melhorar a vida do cidadão; Desestatização, Privatização ou Parcerias Público Privadas não são receituários de algum Economista malvado que quer entregar o País para os Rentistas e Grandes Corporações mas sim uma ferramenta útil para que o Governo foque esforços e recursos onde a Sociedade realmente precisa.
Afinal quem paga a Conta do Gasto Público é o meu, o seu, o nosso suado dinheiro por meio de uma pesada Carga Tributária. Me parece óbvio ser preferível financiar Gastos com Saúde, Educação e Transportes ao invés de um Espaço para Desfile de Carros Alegóricos ou de Fórmula 1.
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