Por que o Custo do Plano de Saúde Coletivo (de um funcionário de uma Empresa por exemplo) é menor do que um Plano de Saúde Contratado Individualmente?
A resposta simplificada dessa questão nos ajuda a entender como o compartilhamento de riscos e benefícios de um indivíduo pode ajudar a melhorar a condição da coletividade.
Basicamente nos Planos de Saúde Empresariais, independente da utilização, os funcionários pagam uma Tarifa Mensal tal como o Plano de Saúde contratado Individualmente porém numa amostra grande (exemplo 1000 funcionários) quantos utilizam com alta frequência o Benefício (realizam consultas periódicas, exames, procedimentos cirúrgicos, etc)?
Grosso modo deve haver um pequeno número de funcionários que utiliza com alta frequência o auxílio médico um grande número que utiliza moderadamente e um pequeno número que nunca sequer utilizou.
Pego o meu exemplo, mesmo me considerando preocupado com a minha Saúde se muito vou 1 vez ao mês há algum Médico/Especialista e na Empresa que trabalho a maioria das pessoas apresenta a mesma frequência ou até menor.
Em suma, a Operadora do Plano de Saúde pode cobrar menos de cada indivíduo porque num universo grande de pessoas há um número maior de indivíduos que consome pouco (ou nada) daquele benefício e irá financiar os indivíduos que consomem muito.
Na média todos saem satisfeitos pois você que vai pouco ao médico não reclama do preço cobrado por achar justo ou até mesmo barato enquanto os que utilizam bastante pagam bem menos do que se comparado à um Plano de Saúde Individual.
Por trás dessa exemplificação tosca há claro muita Estatística para calcular qual o preço que maximiza o Lucro da Operadora; alguns eventos podem alterá-lo como por exemplo uma empresa com alto índice de acidentes, é plausível supor que se constatada uma situação recorrente o Plano de Saúde tenderá a aumentar seu preço na renegociação do contrato.
Algo semelhante ocorre com o Seguro do seu carro se você tem a sorte de possuir um modelo específico que desperta grande interesse de ladrões de carro.
Por trás dos dois casos há o que chamamos de Compartilhamento de Risco, estudado principalmente pos Estatísticos porém há um campo específico para esta matéria chamado de Ciências Atuariais.
Nesse contexto algo que me chama atenção no período recente é o surgimento de variadas ferramentas de Compartilhamento como de Imóveis (AirBnB) e Carros (Uber e BlaBlaCar).
Estas ferramentas possuem como Objetivo Central o Compartilhamento de um Custo em comparação com o Compartilhamento de Risco de um Plano de Saúde/Seguro de Carro porém o objetivo é basicamente o mesmo, obter um arranjo coletivo mais eficiente do que o inidividual.
No caso do AirBnB a ideia central é compartilhar o Custo Fixo/Manutenção de um Imóvel utilizado pelo proprietário em apenas alguns períodos do ano. O exemplo mais comum são imóveis "na Praia". Há um número grande de pessoas que possuem casas/apartamentos para utilização apenas nas férias, datas festivas ou finais de semana pontuais. O AirBnB possibilita locar estes imoveis nas datas em que o proprietário definir. O proprietário ganha o valor da locação que lhe ajuda cobrir Custos Fixos (IPTU, Água, Luz, Condomínio, etc) e o locatário uma alternativa ao Sistema Hoteleiro.
O Uber de forma análoga é uma alternativa ao Táxi para o consumidor. Da mesma forma de um imóvel um veículo possui Custos Fixos (seguro, IPVA, manutenção, etc) e há pessoas com carro dispostas a compartilhá-lo com outras que não possuem um veículo ou optaram por deixá-lo em casa (devido a ausência de estacionamento no local de trabalho ou porque desejam ir à algum bar/restaurante e consumir bebida alcóolica). Novamente há um ganho percebido por ambas as partes.
Por fim o BlaBlaCar o qual comecei utilizar recentemente no deslocamento intermunicipal (no meu caso São Paulo-Campinas). Tal como o Uber o bem compartilhado é um veículo com a diferença do perfil dos Condutores. Enquanto o Uber em geral possui motoristas digamos "profissionais" dispostos a fazer diversas corridas num dia o BlaBlaCar une pessoas que em geral procuram uma alternativa ao Trasnporte Coletivo para longas Distâncias. O Público mais comum são profissionais que trabalham em um município e residem em outro tal como estudantes universitários cursando uma faculdade fora do seu domicílio. A ferramenta possibilita um ganho para esse condutor que iria de uma Cidade a Outra com o carro vazio tal como para os Caronas que estarão num tranporte mais rápido e em muitos casos lhes deixará num ponto melhor do que o Terminal Rodoviário.
Claro que nem tudo são flores e eu poderia gastar mais diversos parágrafos debatendo vantagens e desvantagens de cada uma das ferramentas porém a ideia central hoje foi compartilhar algo que é ensinado no curso de Microeconomia como "indivíduos racionais maximizam seu bem estar (e/ou lucro) sujeitos à uma restrição orçamentária". Estas ferramentas em geral surgem com o objetivo de ajudar a aplicação deste "chavão" no nosso dia a dia.
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