Home

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Uma Bela Mentira

"Não vamos colocar uma meta, deixaremos em aberto e, quando atingirmos ela, nós dobraremos a meta" - Dilma Vana Roussef
 
Frases como esta de dar inveja aos pensamentos de Filósofos Gregos como Sócrates ("Só sei que nada Sei") ou Platão ("A parte que ignoramos é muito maior que tudo qunato sabemos")  são frequentemente proferidas pela atual Presidenta.
 
Sem entrar no mérito dos confusos pensamentos de Dilma gostaria de destacar a confusão do seu Governo como um todo quando se fala de Meta.
 
No final de um ano as pessoas em geral costumam fixar metas para o próximo ano; as mais comuns em geral são Perder Peso, Economizar, Parar de Fumar e Passar mais tempo com a Família. Em 2014 a Universidade de Scranton listou as principais Metas para o Ano Novo e constatou que na amostra pesquisada apenas 8% conseguiram atingir os objetivos fixados.
 
Mas por que será que apesar da baixa taxa de sucesso as pessoas em geral constumam realizar as mesmas promessas?
 
Talvez a resposta para esta pergunta esteja no campo da Psicologia porém podemos traçar alguns paralelos com as mirabolantes ideias do Governo para (des)cumprir a Meta de Superávit Primário
Quando você fixa uma meta de por exemplo perder 5 kg alguns parâmetros importantes nem sempre são definidos como:
 
I. Quem irá avaliar a evolução desta meta? Você mesmo, seu conjugue, seu sogro ou sogra? 
II. Qual o Plano de Ação para Atingir esta meta? Você irá se Matricular na Academia, traçará um Plano de Reeducação Alimentar com um Nutricionista?
III. Haverá punição se você descumprir o Plano de Ação ou se afastar muito da Meta?
IV. Se você achar que a Meta está muito difícil em ser atingida poderá sugerir uma Meta mais Fácil como por exemplo perder apenas 100 g ao invés de 5 kg?
 
A fixação destes pontos pode colaborar de forma decisiva para o sucesso ou fracasso no atingimento da Meta.
 
Suponha por exemplo que você irá se matricular na academia logo no primeiro dia do ano e que será o juiz que acompanhará o atingimento da meta de perda de peso; porém nas diversas vezes que  está chovendo ou muito frio no horário da Malhação você opta por ficar em casa e adicionalmente faz um lanche reforçado para comer enquanto assiste um filme no sofá.
 
Seis meses se passam nesse ritmo e você percebe que além de não perder sequer 1 grama você na realidade ganhou 2 kg. Se você tivesse um compromisso sério com a Meta do Início do ano iria trabalhar de forma ainda mais dura para perder agora não apenas 5 mas 7 kg porém você traça uma nova Meta de perder apenas 1.5 kg.
 
Chega o final do ano e você orgulhoso do atingimento parcial da meta com perda de 1 kg decide celebrar esta conquista numa Churrascaria no sistema Rodízio.
 
Basicamente esta tem sido a estratégia do Governo Federal quando se trata do Superávit Primário. Atualmente já há alguns gastos que podem ser decontados do cálculo do Superávit como aqueles do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.
 
Esse artifício já é algo extremamente controverso uma vez que (como ocorreu em 2014) o Governo pode apresentar um  Déficit e mesmo assim após descontadas as despesas do PAC cumprir a Meta de Superávit.
 
Em suma conseguimos transformar despesa em receita; é como se na nossa Meta de Perder Peso não fosse computada a "engorda" referente os finais de semana pois afinal são os dias de maior probabilidade de churrascos de família e "barzinho" com os amigos.
 
Há muito tempo o tema Ajuste Fiscal está em debate e mesmo assim parece que a capacidade intelectual de grande parte dos membros do atual Governo é tão limitada que os impede de compreender a causa raiz do problema que é o simples fato das Despesas Públicas crescerem em Ritmo Superior ao das Receitas.
 
Entendido isso podemos discutir inúmeras formas de sanar o problema (sejam elas boas ou ruins)como Desvincular o Orçamento da União, a Reforma da Previdência, Elevar Impostos (a ressurreição da CPMF), etc. Porém a proposta de Nelson Barbosa de criar um "intervalo" para a Meta Fiscal só pode ser classificada como pífia e patética.
 
Basicamente essa ideia brilhante permitiria ao Governo uma confortável flexibilidade de poupar menos (um Superávit Menor ou mesmo Déficit) se a Arrecadação Tributária for menor do que a Prevista no Orçamento.
 
Voltando ao exemplo da Meta de Perda de Peso é como se fosse possível diminuir a meta de emagrecimento se o ano contou com muitos dias frios e chuvosos que dificultaram a ida até a Academia; afinal você não pode ser penalizado e obrigado a sair de casa na chuva e na friagem só para cumprir a meta de perder os 5 kg.
 
Resumidamente quanto mais flexível e passível a manipulações maior a probabilidade de que uma Meta não seja cumprida. Nesse aspecto é saudável que uma meta seja rígida e em alguns casos pareça impossível de ser cumprida porque se os agentes acreditam que ao primeiro sinal de adversidade haverá uma flexibilização na meta os mesmos tendem a se esforçar pouco na expectativa de que as regras do jogo sejam alteradas ao seu favor.
 
Por exemplo suponha que na sua meta de regime a Academia lhe cobre uma multa para cada dia que você falte e que o controle da sua evolução seja realizado pela sua esposa. Para lhe incentivar ela estipula o seguinte prêmio: caso você perca peso num determinado mês você estará isento de qualquer atividade doméstica (ajudar com a louça, ir ao supermercado fazer compras, varrer a casa, etc) e caso você não consiga vencer a balança ela estará isenta de qualquer atividade doméstica e você terá que executar tudo sozinho. Tenho certeza que atormentado pela ideia de pagar consecutivas multas à Academia e passar meses como Dono Exclusivo das Atividades do Lar o resultado em termos de Perda de Peso seria muito superior ao do cenário original.
 
O Governo Dilma vem há alguns anos brincando com a Lei de Responsabilidade de Fiscal ao marretar os números da realidade até caberem dentro da Meta. Seria interessante se ao invés de tentar seguir na estratégia do "Me engana que Eu Gosto" começassemos a focar esfoços nas questões estruturais da Economia Brasileira que nos farão  cumprir a Meta de Superávit de forma sustentável ao longo do tempo, sem recorrer a truques de Economágica e Contabilidade Criativa.




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário