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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Meu Erro

A cada dia que passa fica mais claro que passamos por um período ímpar na história brasileira. Quando vemos a Presidenta da República filiada ao PT (apesar de grande parte do Partido tentar não associá-la à sigla) defender o Aumento de Impostos e uma Reforma na Previdência com elevação da idade mínima para Aposentadoria fica claro o tamanho do estrago orquestrado pela trinca de Economistas Dilma, Arno Augustin e Guido Mantega resumida como a Nova Matriz Econômica (apesar destes não admitirem a Paternidade ou mesmo a existência dela).
 
As vaias enfrentadas pela Presidenta demonstram a dificuldade e hercúlea tarefa em reverter o estelionato eleitoral de 2014 onde a propaganda do mesmo PT mostrava um Brasil sólido para o qual o Ajuste Fiscal seria coisa dos Liberais que iriam tirar o alimento da mesa do Trabalhador Brasileiro.
 
Parte de mim tenta reconhecer algum sinal de inteligência em Dilma Roussef por "antes tarde do que nunca" reconhecer que é necessário limpar a sujeira que a Trinca referida acima produziu e assim enfrentar o Congresso com propostas políticamente indigestas mas sem dúvida necessárias. Adicionalmente é digno de nota que ela tenha feito isto contrariando a vontade de vários dos caciques PTistas; hastear a Bandeira CPMF + Reforma da Previdência é mexer num vespeiro dos grandes e inevitavelmente se expor ao Fogo Amigo de uma Base Aliada cada vez mais frágil.
 
Como é de praxe neste blog sempre associo os textos à alguma música e neste contexto o discurso de Dilma remete as palavras de Herbert Viana e os Paralamas do Sucesso. Seria possível parafrasear quase a totalidade da música título deste post para o discurso da Presidenta no congresso mas alguns são bem emblemáticos como:
 
"Eu quis dizer você não quis escutar"
"Agora não peça não me faça promessa"
"Que vai ser diferente, que tudo mudou"
"Você diz não saber o que houve de errado"

Inúmeras vezes a Equipe Econômica do Governo Dilma I foi criticada por manobras de Contabilidade Criativa e não quis escutar sobre as temerárias consequências. O resultado foi a reprovação das contas do Governo no Tribunal de Contas devido às famigeradas Pedaladas Fiscais.
 
Diversas vezes o Desequilíbrio nas Contas Públicas e em especial na Previdência foi apontado por Economistas como Mansueto Almeida e Fábio Giambiagi. O PT e teve três mandatos com cenários Político e Econômico mais favoráveis que o atual para avançar nesta linha e apenas tomou conta da gravidade do problema e resolviu agir quando a água já batia no pescoço.

Aí eu lhe pergunto, qual a disposição da oposição (em especial os Tucanos do PSDB) em votar à favor da CPMF e uma Reforma na Previdência num ano de eleições Municipais? Independente do impacto positivo nas Contas Púvlicas por que você após ser taxado de Liberal Amigo de Banqueiro e ladrão do alimento do trabalhador brasileiro iria se indispor com seu eleitor para salvar a pele de um Governo e um Partido que ainda hoje parece não estar convicto da necessidade de um Ajuste Fiscal?
 
Isso me lembra a estória de um jantar de amigos que um casal convidado chega à casa do anfitrião de mãos vazias, comem mais do que todos os demais, não ajudam na limpeza das louças e ainda reclamam da comida e da bebida. É muita ingenuidade acreditar que este casal seria convidado para algum outro evento pelos anfitriões e ingenuidade maior é acreditar que os Políticos da Oposição votarão com o Coração ou serem coerentes com o agora tão conveniente Pensamento Liberal.

Apesar de estar na faixa dos 30 anos de na idade já começo a falar frases nostálgicas que começam com "Na minha época..."; conversando com alguns amigos lembramos de algumas como:
 
I."...a internet era discada e ocupava a linha telefônica; esperarávamos até meia-noite para que a cobrança fosse de apenas um pulso."
II."...utilizavamos disquetes da incrível capacidade de 1.44 megabytes para transferir arquivos de um computador para outro."
III."...nos supermercados não se via tantos Produtos Importados como Cervejas Belgas, Linguiças Alemãs e Chocolates Suícos; ostentação era fazer um churrasco com mais Picanha do que Asinha de Frango."
IV. "...as ações da Petrobrás eram um investimento seguro; tão seguro que poucos hesitaram em aplicar o FGTS quando houve a oportunidade."
 
Poderia juntar muitos outros exemplos mas o ponto principal que quero destacar aqui é o que fez avançarmos tanto com relaçào ao acesso à novas e melhores tecnologias e produtos e o que fez a Petrobrás regredir tanto.

Nessa linha um exemplo bastante citado é o da Penicilina; não foi o Capitalismo ou o Livre Mercado o responsável pela formulação deste poderoso Antibiótico por Alexander Fleming a partir do bolor de um fungo porém o Livre Mercado possibilitou a produção em larga escala desta à um custo acessível. Imagine se Fleming dotado de um sentimento altruísta propusesse ao Governo Britânico que a Penicilina fosse produzida e exportada de graça, qual seria o resultado? Muito provavelmente a Oferta de Penicilina seria muito pequena frente à Demanda ou o a Rainha Elizabeth arcaria com um pesado e insustentável custo nos cofres públicos e inevitavelmente teria que elevar a carga tributária para manter o Compromisso de Free Penicilina.
 
Outro exemplo bastante citado costuma chamar de "E se o Sindicato dos Datilógrafos tivesse vencido?". Imagine que os Datilógrafos foram a Brasília e com dados e estatísticas mostraram como o setor era vital para a Economia do país; que gerava inúmeros empregos diretos nas Fábricas de Máquinas de Escrever e indiretos nas Escolas de Datilógrafos e Escriturários. Em um certo momento da exposição eles reforçariam o cetiscismo com relação à produção em massa deste tal de Personal Computer dado seu alto custo. Convencido do papel estratégico do setor o Governo Federal iria impor uma pesada tributação a importação de computadores e colocaria inúmeros empecilhos para a instalação de uma Fábrica destes produtos aqui em terras tupiniquins. Provavelmente hoje eu estaria escrevendo este texto teno ao lado um pote de corretivo (o glorioso "branquinho" ou também conhecido como liquid paper) numa robusta máquina de escrever.
 
Resumindo, no longo prazo intervenções estatais na Economia podem prejudicar e muito o Bem Estar e a Produtividade de uma nação.
 
O Governo então deve liberar geral e intervir zero na Economia? Obviamente não, há casos que a atuação do Governo se faz necessária como Agente Regulador ou mesmo limitando possíveis Monopólios.
 
Há também de se levar em conta o impacto social de curto prazo em períodos de transição; por exemplo no caso das máquinas de escrever num primeiro momento muitos perderam emprego e empresas deixaram de existir porém gradativamente tanto a mão de obra como os demais fatores de produção se deslocam para outras atividades.
 
A principal ressalva é o Governo atuar ou subisidiar atividades que visivelmente não temos vantagem competitiva ou há conflito de interesses. A Petrobrás nesse sentido é um exemplo clássico destas mazelas uma vez que:
 
I. Subsidiou Atividades nas quais não temos Vantagem Competitiva - ao exigir o conteúdo nacional nas compras da empresa o Governo obrigou a Petrobrás a comprar por exemplo Embarcações de Estaleiros Nacionais as quais possuem Maior Custo e Menor Qualidade frente às Importadas
II. Implementou uma Política de Preços contrária ao seu Fluxo de Caixa - enquanto o Preço do Petróleo importado pela Petrobrás subia o Preço do Combustível  vendido pela Empresa permaneceu praticamente congelado; decisão tomada para conter a Inflação dada a representatividade dos Combustíveis no IPCA.
 
Para não me alongar muito finalizarei por aqui batendo na mesma tecla que é a tônica deste blog, o Governo subestimou o fato de que Não há Almoço Grátis na Economia. A conta das desastradas intervenções realizadas chegou e com certeza o Congresso não está nem um pouco propenso à dividir a fatura.
 
 
 
 
 
 

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