O Google lista 4 significados para a palavra peleja:
1. luta com ou sem armas, contenda, batalha
2. defesa apaixonada de pontos de vista contrários, discussão, briga, disputa
3. disputa esportiva, jogo, luta
4. desafio mais intenso que o usual
Antes de prosseguir já deixo resgistrado que o post de hoje é mais uma resenha filosófica do que uma análise econômica...
Na linha de peleja como deixar de citar o filósofo garanhão italiano Robert "Rocky" Balboa, personagem de Sylvester Stallone em 7 filmes:
"O mundo não é feito somente de raios de sol e arco-íris, é um lugar duro e maldoso e não importa o quanto você acha que é forte, ele irá te bater e te deixar de joelhos permanentemente se assim você permitir. Ninguém baterá tão forte quanto à vida. Mas não é o quão forte você bate, é sobre o quão forte você aguenta ser golpeado e seguir adiante".
Todos nós em maior ou menor intensidade temos pelejas diárias; o cenário econômico e político de fato torna ainda mais desafiadora a nossa tarefa diária de ir à rua e prosperar, porém algo que reparo é que muitas vezes nos pegamos murmurando sobre as dificuldades pelas quais passamos.
De tudo que li e ouvi nestes dias a coisa que mais me chamou a atenção foi o caso de Claudineia dos Santos Melo, grávida de 9 meses a qual foi atingida por uma bala perdida na sexta feira (30) em Duque de Caxias-RJ.
A bala atravessou o quadril de Claudineia e perfurou o tórax do seu filho que além da cesariana de emergência já passou por duas cirurgias.
Além disso o bebê já veio ao mundo paraplégico face os ferimentos decorrentes da bala.
É um milagre que ele ainda esteja vivo; essa estória de fato me faz repensar o que é passar por dificuldade; muitas vezes reclamamos de um serviço mal executado, de preços altos, do comportamento de um colega de time ou vizinho... em alguns casos sentimos raiva por um insucesso ou consideramos estar passando por um nível de dificuldade impossível de suportar.
Alguém consegue imaginar chegar à este mundo sendo baleado, ficando paraplégico e ter (caso sobreviva) o restante dos dias da sua vida comprometidos por algo que você sequer compreende? Tudo isso pela sucessão de acasos e infelicidades que levaram Claudineia a estar no lugar errado na hora errada somados a problemas endêmicos do Brasil como a violência e falta de segurança.
Além disso também vejo muitas pessoas reclamando (com razão) de que o Governo é ineficiente e que o Serviço Público é precário mas será que na medida do possível estamos de alguma forma tentando ajudar pessoas que passam por dificuldades de verdade (como o bebê de Claudineia passará pelo resto da vida)?
Por mais pesados que sejam os impostos e por mais que haja tanta corrupção a pergunta que me faço é quanto gastamos em Bares e Restaurantes num mês e quanto destinamos à auxiliar uma pessoa menos favorecida (via doação à ONGs, entidade religiosas ou atuando de forma voluntária por exemplo).
Nunca fui de murmurar, tenho ojeriza de quem o faz. Não só pelo caso de Claudineia mas penso que mesmo em tempos de Recessão Econômica e descrença com os representantes políticos a peleja pode ser dura porém nada justifica perder tempo reclamando. Um desafio só é superado arregaçandos as mangas e colocando a mão na massa; sem isso a vida vai sim bater forte e deixar até mesmo um Rocky Balboa de joelhos.
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