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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Com quantos paus se faz uma Canoa

Para se fazer uma Canoa em geral utiliza-se apenas um pau; para ser mais preciso um tronco que é esculpido até que seu interior comporte uma ou mais pessoas.

Aliás reza a lenda que a expressão original é "com quantos paus se faz uma cangalha", artefato composto por 3 paus utilizado em porcos para evitar que eles fuçassem canteiros e plantações.

Tão importante quanto a quantidade de matéria prima para produzir um bem é a quantidade de mão de obra empregada e o tempo de produção. Com isso conseguimos ter uma medida de produtividade; no caso de uma Canoa Indígena quantos Índios eram mobilizados? Quantas horas eram necessárias até que a Canoa estivesse pronta para navegar?

Ter esta medida é fundamental para decisões sobre alocação de recursos; o Pajé poderia por exemplo testar a redução no tempo de construção de uma Canoa ao adicionar um ou mais Índios no processo.

Em sua coluna de 5.jul Alexandre Schwartsman cita um tema que é um grande tabu no Brasil que é a nossa pífia Produtividade e cita um excelente artigo de pesquisadores da FGV que compararam tanto a Alocação de Mão de Obra como a Produtividade Setorial Brasileira versus a de outros Países Desenvolvidos e em Desenvolvimento.

Há varios pontos muito interessantes inclusive para discutir numa roda de bar como por exemplo que País é mais produtivo na Agricultura, Brasil ou EUA? Os americanos são 14x mais produtivos nas atividades agropecuárias do que nós brasileiros. Mesmo quando comparamos com a média da amostra somos 5x menos produtivos nesse setor.

Quando olhamos a Indústria como um todo (Agropecuária, Indústria e Serviços) o Brasil é 6x menos produtivo do que os EUA e 3x menos produtivo que a média dos países.

Os autores discutem que parte das disparidades reflete o próprio processo de desenvolvimento de uma nação e a transição de atividades Agrícolas, para a Indústria e posteriormente para o Setor de Serviços. Diversos estudos apontam que a Indústria é o setor de produtividade mais elevada seguido pelo Setor de Serviços. Nesse sentido países com maior população rural apresentarão invariavelmente menor produtividade numa visão consolidada da indústria.

Outras duas conclusões importantes são a grande distância do Brasil mesmo numa comparação com países semelhantes como México e China e também a constatação que a Produtividade no Brasil ficou estagnada durante o período analisado.

Há muito o que se fazer para reverter essa tendência e um grande ponto é como melhorar a qualidade da educação e o nível de instrução do trabalhador brasileiro; outra linha seria como estimular um ambiente de concorrência e inovação que elimine empresas menos produtivas e ineficientes.

O caminho é longo mas teóricamente simples como construir uma canoa ou uma cangalha; só é necessário entender que tanto Educação como Mudanças Estruturais demandam tempo e que é necessária consistência e resiliência para atingirmos resultados mais satisfatórios na matéria Produtividade.


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