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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Olha o Gás!!!

Não precisa ser economista para notar que tudo está caro.... mercado, gasolina, energia elétrica e também o botijão de gás

Nesse cenário pandêmico, em que a atividade econômica ainda patina e convivemos com uma alta taxa de desemprego, preços em alta são um grande complicador para todos os brasileiros, mas em especial para os mais pobres.

Alimentos e itens básicos como botijão de gás e energia elétrica comprometem uma parcela substancial da renda das famílias mais pobres. Além disso, os que são trabalhadores informais via de regra não recebem reajustes salarias atrelados aos índices de inflação, como acontece para os trabalhadores CLT e servidores públicos. 

Por fim, a maior parte da população pobre não é "bancarizada" ou possui uma reserva financeira, isto é, quando tudo fica mais caro, não há um valor na poupança para cobrir o rombo no orçamento, muito menos investimentos indexados aos índices de inflação para proteger estes trabalhadores da elevação de preços.

Assim, é fácil ver que passamos por um momento nada animador para os mais pobres no Brasil, alto desemprego, inflação em alta e mais de 500 mortes diárias decorrentes da Covid-19.

Nesse contexto é compreensível e até esperado que o Governo Federal intervenha de alguma forma para mitigar os efeitos nocivos da alta do preços dos produtos básicos, em especial em prol de populações vulneráveis como os beneficiários de programa assistencial.

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Apelou Perdeu

Num passado distante, quando eu jogava bola descalço no campinho perto de casa, havia uma figura chave na peleja: o dono da bola!

Nem sempre o dono da bola era o melhor jogador, muitas vezes era justamente o oposto, um garoto com pouca habilidade futebolística mas com muita vontade de participar (além de recursos para comprar as famigeradas "bolas de capotão").

Ser o dono da bola lhe conferia algumas vantagens, em geral você podia escolher o time e era o último a ir pro gol em caso de revezamento, além do óbvio "poder" de saber que a partida só começa quando você chegar e se encerra quando você vai embora.

Uma situação chata, embora rara, era quando o dono da bola ficava "puto"por algum motivo e levava a redonda embora no meio da partida.

Os motivos mais comuns eram uma entrada mais violenta de um oponente ou uma derrota acachapante. A reação da geral era tachar o guri de mimado ou acusá-lo de não saber perder.

A moral da história é que, embora haja um acontecimento que lhe chateie, seja uma entrada dura ou a superioridade do oponente, acabar com o jogo é uma saída covarde. Em outras palavras, fica a impressão de que o jogo só faz sentido ser jogado quando lhe é favorável.

O atual Presidente da República é alguns anos mais velho que este escriba, infelizmente não tive a oportunidade de enfrentá-lo numa partida com gols marcados por chinelos e/ou pedras e traves improvisadas com tocos de madeira.

sábado, 17 de abril de 2021

Mais Pragmatismo

Você prefere ganhar R$ 50 por dia com certeza ou todo dia participar de uma loteria com 50% de chances de ganhar R$ 100 e 50% de chances de ganhar R$ 0?

Em termos de racionalidade econômica, estas duas alternativas são equivalentes, mesmo numa loteria em média os indivíduos vão ganhar R$ 50. Alguns dias ganharão R$ 100, em outros R$ 0 mas no longo prazo em média os ganhos diários serão de R$ 50.

A preferência por um ou outro cenário diz muito sobre a aversão de risco das pessoas, indivíduos que prezam por segurança e estabilidade muito provavelmente optarão por ter um rendimento certo à correr o risco de uma loteria. 

Já pessoas com maior atração ao risco podem optar pela loteria, talvez guiadas pela sensação de que possuem mais sorte ou simplesmente pelo fato de gostar da adrenalina e sensação de ter um rendimento mais elevado em alguns dias.

Outra questão interessante sobre finanças e comportamento é a escolha entre comprar à vista ou à prazo. O determinante aqui é um pouco mais sútil, a impaciência dos indivíduos. Grosso modo, pessoas mais "ansiosas" preferem pagar à vista, mesmo que não haja qualquer desconto pela antecipação do pagamento.

Do lado do vendedor o raciocínio é simétrico, os mais "ansiosos" vão estimular vendas à vista e até oferecer descontos para que o comprador pague no ato da compra. Outra estratégia é cobrar juros daqueles que optarem por inúmeras e suaves prestações.

Aqui a taxa de juros é um sinalizador da "impaciência", quanto mais ansiosos os compradores e vendedores num mercado, maiores os juros para as compras parceladas ou, de forma análoga, os descontos solicitados para pagamento à vista. 

sexta-feira, 26 de março de 2021

Sobre Perdas Mensuráveis e Imensuráveis

Quando se estuda modelos econômicos de criminalidade e vitimização, um fator que é muito difícil de mensurar é a perda de bem estar decorrente da probabilidade de ser vítima de um crime.

Trocando em miúdos, provavelmente há muitas pessoas que numa noite de verão gostariam de andar tranquilamente no calçadão da praia, no entorno da lagoa ou num parque, mas pelo medo de serem assaltadas (ou algo pior) simplesmente optam por ficar em casa.

Na realidade brasileira e de outros países com alta criminalidade isso é algo muito latente. Vivemos num contexto em que é normal criarmos táticas para tentar minimizar as possíveis perdas com crimes.

Por exemplo, muitos evitam sair com dinheiro em espécie e mais de um cartão de crédito na carteira ou possuem um celular reserva para levar em festas, uma espécie de preparação de bens que se forem furtados/roubados não nos prejudiquem tanto.

Em outros casos como o risco de ser agredido e/ou violentado não há muita alternativa que não seja se abster de programas sociais à certas horas da noite ou em certas localidades tidas como "perigosas".

Em síntese, a insegurança impõe uma restrição ao consumo e bem estar dos indivíduos.

Em tempos pandêmicos, o paralelo desta restrição ao consumo é bem direto. Medidas de distanciamento limitam o deslocamento das pessoas e consequentemente a possibilidade de desfrutar da corrida matinal no parque, o fim de tarde na praia e a resenha com os amigos no buteco da esquina.

Entretanto, há algumas particularidades. 

Por um lado, uma pessoa dificilmente anda tranquila com um celular caro e um relógio importado tarde da noite numa rua pouco iluminada, porém, ainda hoje vejo que é difícil para muitos compreender que estar na rua ou em aglomerações (num contexto de caos na saúde pública) é se expor à uma ameaça tão ou mais letal que um roubo/furto.

domingo, 10 de janeiro de 2021

“Fazer previsões é difícil, especialmente sobre o futuro”

Essa frase do físico dinamarquês Niels Bohr poderia ser um mantra de todos que trabalham com Economia e Política.

Alguns usam bola de cristal, outros analisam o alinhamento dos astros mas os economistas em geral (em especial os mais sérios) utilizam dados e modelos estatísticos para fazer previsões.

Falando de Finanças, tentar prever o futuro possui como um dos principais objetivos evitar perdas de patrimônio. 

Um instrumento muito comum nessa linha é o Seguro. `Pessoas físicas e jurídicas pagam um valor (prêmio) para se proteger de algum evento negativo (sinistro) como por exemplo o roubo de um veículo, o incêndio da casa, doenças graves, etc.

Agora imagine que você comprou uma casa por meio de um financiamento imobiliário e que todo mês você recebe um boleto com o valor da parcela mais os juros. 

Dependendo do tipo de contrato, um dos riscos que você pode se defrontar é que a taxa de juros se eleve e assim o seu boleto fique com o passar do tempo mais e mais caro. 

Dessa forma, seria interessante contratar um seguro no qual você soubesse com certeza o valor de cada boleto até o fim do financiamento para se proteger desse risco.

Esse exemplo é uma forma resumida para explicar o que são Contratos de Juros Futuros. Estes instrumentos negociados na Bolsa de Valores (B3) tem como principal objetivo garantir a taxa de juros por um determinado período de tempo.

O gráfico abaixo mostra a curva de juros futuros da B3 com os dados do último pregão (9.jan.21):