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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Olha o Gás!!!

Não precisa ser economista para notar que tudo está caro.... mercado, gasolina, energia elétrica e também o botijão de gás

Nesse cenário pandêmico, em que a atividade econômica ainda patina e convivemos com uma alta taxa de desemprego, preços em alta são um grande complicador para todos os brasileiros, mas em especial para os mais pobres.

Alimentos e itens básicos como botijão de gás e energia elétrica comprometem uma parcela substancial da renda das famílias mais pobres. Além disso, os que são trabalhadores informais via de regra não recebem reajustes salarias atrelados aos índices de inflação, como acontece para os trabalhadores CLT e servidores públicos. 

Por fim, a maior parte da população pobre não é "bancarizada" ou possui uma reserva financeira, isto é, quando tudo fica mais caro, não há um valor na poupança para cobrir o rombo no orçamento, muito menos investimentos indexados aos índices de inflação para proteger estes trabalhadores da elevação de preços.

Assim, é fácil ver que passamos por um momento nada animador para os mais pobres no Brasil, alto desemprego, inflação em alta e mais de 500 mortes diárias decorrentes da Covid-19.

Nesse contexto é compreensível e até esperado que o Governo Federal intervenha de alguma forma para mitigar os efeitos nocivos da alta do preços dos produtos básicos, em especial em prol de populações vulneráveis como os beneficiários de programa assistencial.

Elevar o atual valor do Bolsa Família ou mesmo aumentar a base de beneficiários para incorporar outras famílias em situação vulnerável é uma alternativa interessante, em especial por focalizar o suporte do Governo justamente no público que mais precisa desta ajuda.

Entretanto, como é o mote desta página, não existe almoço grátis. Um maior gasto assistencial obviamente demandará recursos que serão custeados pela sociedade em forma de maiores impostos ou redução de gastos em alguma outra área.

Isso não é algo ruim "per se" , numa democracia é necessário visar o melhor para a coletividade, e como sociedade acredito não ser difícil obter um consenso favorável à suportar os mais pobres neste momento tão delicado.

O fato curioso é a insistência da classe política em buscar atalhos e saídas fáceis para um problema tão complexo. O atual presidente acredita que a solução para baratear o gás é que cada consumidor alugue um caminhão e compre um botijão na porta da Petrobrás.

Capacidade intelectual é uma das inúmeras carências do atual líder do Executivo, porém a melhor forma de mostrar o quão esdrúxula é essa afirmação é apenas nos perguntarmos: se fosse tão fácil, por que ninguém pensou nisso antes?

A resposta é um tanto óbvia, a ideia do presidente não é apenas fantasiosa como inexequível. Imagine uma cidade com São Paulo em que residem 12 milhões de brasileiros. O que aconteceria se diversas famílias aparecessem na porta da Petrobrás com um caminhão pedindo uma dúzia de botijões de gás?

Nem vale a pena prolongar o cenário caótico que se instauraria com essa ideia escabrosa. 

Ninguém espera que um presidente seja laureado com o Prêmio Nobel de Economia, porém um pouco de bom senso e pensar (um pouco) antes de falar não faz mal à ninguém. Mais uma vez o Brasil faz valer a frase de Mencken, "para todo problema complexo, há sempre uma solução elegante, simples e errada."




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