Quando o assunto é criatividade a política econômica brasileira se supera a cada dia; as formas de financiar o (insustentável) gasto público se mostram cada vez mais inusitadas e beiram a total irresponsabilidade administariva e bom senso.
Imagine que um amigo parta numa viagem internacional no estilo "mochilão" com data de início mas sem data de regresso. Este amigo se desfez de grande parte dos bens para financiar a viagem mas lhe pediu para guardar uma Bicicleta no seu apartamento neste período sabático. Na melhor das intenções você aceita prestar este serviço de custódia e ainda se compromete a manter os pneus calibrados e correias lubrificadas. O amigo se despede e você fica com a tutela (porém não a posse) da "magrela" durante o prazo do mochilão.
Alguns meses se passam e você mantém a tarefa missionária de garantir intacta a bibicleta do colega porém começa a desconfiar do retorno deste. Ele não responde mais as mensagens no Facebook, você não vê fotos postadas no Instagram e começa e assume que ou algo muito bom aconteceu com o colega como por exemplo encontrou o amor da vida numa ilha deserta ou continente distante e resolveu se desconectar do mundo material ou mesmo algo terrível como um acidente que o levou dessa para uma melhor.
Seu apego àquela bicicleta aumenta mais e mais com o passar dos dias; dada a falta de notícias do amigo você decide utilizá-la para ir ao trabalho e se exercitar aos finais de semana com um grupo de ciclistas do bairro. Num desses domingos ensolarados um dos colegas de pedalada lhe pergunta se você não deseja vender a bicicleta. O valor ofertado é bem interessante e um dinheiro extra sem "esforço" viria bem a calhar para equilibrar o orçamento ou mesmo para realizar uma reforma no apartamento. Depois de muito pensar você fecha o negócio e volta para casa feliz da vida e com uns "trocados" no bolso.