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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Ao Mestre com Carinho

Iniciei este Blog em Julho de 2015; desde então foram 87 postagens (algumas boas, outras reconheço não tão boas) numa média de quase 3 postagens por mês.

Neste tempo gastei muitas palavras com brasileiros (e alguns estrangeiros) os quais eu não tenho qualquer simpatia e estão longe de serem exemplos ou inspiração para qualquer um. 

Ouvindo as músicas de Cartola, pensei em variar um pouco e falar de uma pessoa que admiro tanto pela genialidade como pela simplicidade, mesmo sem este ser um economista.

Falar de Angenor de Oliveira "Cartola" é muito fácil, apenas organizei em bullets a história deste poeta genial. Cartola é um exemplo de como às vezes não valorizamos as coisas que temos de bom aqui nestas terras tupinquins.

Composições antológicas deste mito lhe renderam pouco dinheiro e sucesso, sua vida foi em grande parte marcada por "biscates", problemas com bebida e doenças das mais diversas. 

Atingiu o reconhecimento público e alguma fama quando já tinha cerca de 70 anos.

Isso tudo me faz refletir se não gastamos muito tempo falando de "mesquinharias", ou mesmo buscando incessantemente atingir uma posição de sucesso aos 30 e poucos anos, esquecendo assim de valorizar o que temos de belo neste mundo.

Ao Mestre fica essa pequena retrospectiva a qual no processo de pesquisa de dados só me fez dar ainda mais valor ao maior sambista de todos os tempos, na minha humilde opinião.


I. Infância
  • Nasce em 1908 no Catete o mais velho de 8 filhos de Sebastião e Aida
  • Passa a infância nas Laranjeiras e aprende a tocar violão e cavaquinho com o pai
  • Dificuldades financeiras levam a família a se mudar para Mangueira
  • Com 17 anos, sua mãe falece, pouco antes já abandonara os estudos para trabalhar como servente de pedreiro
  • No trabalho de pedreiro utilizava um chapéu para se proteger do cimento, chapéu esse que lhe rendeu o apelido de Cartola

II. Deolinda
  • Cartola é expulso de casa com 18 anos e passa a viver dias de vadiagem e bebedeira num pequeno barraco.
  • A vizinha Deolinda, 25 anos, casada e com uma filha de 2 anos, começa a cuidar de Cartola
  • Tempos depois Deolinda abandona o marido e decide morar com o sambista

III. O Samba e a Estação Primeira de Mangueira
  • Cartola e outros 6 amigos fundam a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira em 1928. 
  • Nos anos posteriores diversos Sambas Enredo da Escola são de sua autoria.

IV. Tempos Difíceis
  • Em meados da Década de 40 Cartola participou pouco do Cenário Musical
  • Contrai Meningite em 1947, fica com graves sequelas e pouco tempo depois sua esposa Deolinda falece
  • Cartola passa a fazer “bicos” de vigia e lavador de carros, vivendo na Favela do Caju e entregue à bebedeira

V. Dona Zica
  • Dona Zica, a última esposa de Cartola, o leva de volta para o Morro da Mangueira
  • A parceria “Zicartola” ganhou fama pelas rodas de samba e a combinação entre a comida de Dona Zica e os encontros de sambistas organizados por Cartola
  • Cartola e Dona Zica se casam oficialmente em 1964

VI. A Consagração
  • Em 1974, com 66 anos Cartola lança seu primeiro disco solo
  • Nesse álbum e nos anos subsequentes são lançados grandes sucessos do compositor como “As rosas não falam” e “O Mundo é um Moinho”
  • Em 1978, Cartola realiza o “sonho da casa própria”, uma residência em Jacarepaguá
  • Cartola falece em 1980, em decorrência do câncer na tireóide
Três dias antes de falecer, Cartola recebeu do poeta Carlos Drummond de Andrade a crônica “Cartola, no Moinha do Mundo”.








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