Há algumas situações em que sabemos o que deve ser feito, mas por algum motivo há alguma resistência que nos impede de executar a tarefa.
O caso mais típico é a realização de atividades físicas, por mais que a maioria das pessoas enxergue o benefício de ter uma vida saudável, muitos não conseguem incluir o esporte e/ou academia na sua rotina.
A base da economia clássica é que os indivíduos são racionais e respondem a incentivos. Logo, se não fazemos algo que é sabidamente benéfico para nós mesmos, ou não somos racionais ou os incentivos não são claros ou atrativos o suficiente.
Se retomarmos o exemplo da atividade física há inúmeros incentivos que podemos destacar além da saúde, mas o que mais me chamou a atenção nos últimos tempos foi o aplicativo Charity Miles, apresentado por um amigo. Por meio deste app suas milhas percorridas na esteira, nas ruas e parques ou mesmo pedalando pela cidade são convertidas em doações de patrocinadores à ONGs e entidades parceiras. Nesse sentido além dos benefícios a si próprio, a sua atividade física pode ajudar a melhorar a vida de outra pessoa ou mesmo contribuir com ações de preservação ao meio ambiente.
Mas como nem tudo são flores, mesmo com mais este incentivo, algumas pessoas podem ainda achar que esse papo de atividade física é uma grande falácia e se recusarem a adotar a prática de um esporte nas suas vidas. Nesse sentido há algo que possa ser feito?
Apesar de não parecer, esta pequena divagação retrata um pouco dos desafios para aprovação da Reforma Previdenciária. Há inúmeros indícios de que é a coisa certa a se fazer, sejam eles do lado da insustentabilidade das Contas Públicas ou mesmo para reduzir privilégios financiados por todos para benefício de alguns pequenos grupos.
Parece ser um tanto quanto utópico, porém gostaria de imaginar que um parlamentar teria a sensibilidade de entender que maior que os interesses partidários ou mesmo de alguma “birra” com o Presidente A ou B, o que estamos discutindo agora é o que é melhor para a nação. Não enxergar isso parece algo no mínimo pouco inteligente para pessoas que foram eleitas pelo voto popular para representar os interesses do povo e não o do seu partido ou a sua convicção pessoal.
Se os incentivos para realizar a Reforma da Previdência não estão claros é porque provavelmente os indivíduos estão agindo de forma pouco racional. Nestes casos uma das alternativas é a pressão popular para que estas pessoas “caiam na real”. Nossa situação como país parece a de um sedentário que apesar de péssimos exames de colesterol e diabetes não abre mão de porções suculosas de bacon e batatas fritas acompanhadas de um vistoso milk shake. Resta então esperar que ainda haja tempo para que este país/indivíduo entenda a gravidade da situação e comece a se mexer na direção certa antes que seja internado às pressas numa UTI.
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