Mas como diria Carlos Drummond de
Andrade, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do
caminho”, e essa pedra se chamava
Joesley Batista e a gravação da célebre frase do Presidente Temer, “Tem que
manter isso, viu?”, aparentemente sobre a verba de propina destinada pelo
empresário ao ex-Deputado Eduardo Cunha.
Após isso observamos algo típico
da classe política, a luta incessante pelo principal objetivo de um
representante eleito pelo povo, o qual é manter-se no poder (sic). Temer gastou
todo o seu capital político, emendas, benesses e o que tinha de credibilidade
para arquivar dois pedidos de investigação que poderiam acarretar no seu
afastamento e posterior impeachment.
Assim acabamos este ano com a
sensação de que houve alguns avanços importantes, porém seria possível ter
avançado muito mais. Prova disso é que mesmo cedendo em diversos
pontos, uma das maiores apostas do Governo, a Reforma da Previdência não
conseguiu sair do papel em 2017 e para 2018 já se discute desidratar ainda mais
a já combalida proposta.
Mas nem tudo foi fracasso, um
Banco Central com maior credibilidade e firmeza no controle da inflação contou
com uma bela surpresa desinflacionaria, decorrente duma “super safra” de
alimentos. Como consequência dessa combinação de fatores vamos fechar o ano com juros e inflação em níveis baixos como
nunca antes na história desse país havíamos presenciado.
Um quadro interessante que gosto
de analisar é a variação da Pesquisa Focus do Banco Central sobre a expectativa
do Mercado quanto as principais variáveis Macroeconômicas. Abaixo podemos ver para algumas
variáveis a melhora significativa da economia quando comparamos o que era
previsto há 1 ano e o que o Mercado espera atualmente com relação ao ano de 2017
Focus
- Expectativas de Mercado (BCB)
|
||
Focus
há 1 ano
|
Focus
Hoje
|
|
IPCA
(%)
|
4,90%
|
2,83%
|
Selic
(%)
|
10,50%
|
7,00%
|
PIB
(% cresc.)
|
0,58%
|
0,96%
|
Câmbio
(R$/US$)
|
3,49
|
3,20
|
Por fim vale destacar que “o ano
que vai nascer” será marcado por 16 feriados (dois a mais do que 2017) e também
será ano de Copa do Mundo, o que nestas terras é quase o mesmo que incluir mais
alguns feriados na conta. Espero que todas estas oportunidades de relaxamento não
nos faça ingressar num mar de conformismo e tranquilidade pois ainda há muito
trabalho à ser feito, principalmente com relação à discussão e aprovação da Reforma
da Previdência e da nossa participação nessas Eleições em que teremos nas mãos uma
grande oportunidade de apontar nossa descontentamento com a atual classe
política e eleger pessoas de fato engajadas em lutar por prósperos anos novos
para a sociedade brasileira.
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