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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Então é Natal

2017 foi um ano de efervescência tanto na política como na economia tupiniquim. Começamos este ano com grandes expectativas de reformas estruturais, em grande parte decorrentes da qualidade dos membros da equipe econômica como também pelo poder de articulação do governo Temer que aprovara em meados de Dezembro de 2016 a PEC do Teto dos Gastos, que de forma resumida  limita o crescimento dos gastos do governo à taxa de inflação do ano anterior.

Mas como diria Carlos Drummond de Andrade, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”, e essa pedra  se chamava Joesley Batista e a gravação da célebre frase do Presidente Temer, “Tem que manter isso, viu?”, aparentemente sobre a verba de propina destinada pelo empresário ao ex-Deputado Eduardo Cunha.

Após isso observamos algo típico da classe política, a luta incessante pelo principal objetivo de um representante eleito pelo povo, o qual é manter-se no poder (sic). Temer gastou todo o seu capital político, emendas, benesses e o que tinha de credibilidade para arquivar dois pedidos de investigação que poderiam acarretar no seu afastamento e posterior impeachment.

Assim acabamos este ano com a sensação de que houve alguns avanços importantes, porém seria possível ter avançado muito mais. Prova disso é que mesmo cedendo em diversos pontos, uma das maiores apostas do Governo, a Reforma da Previdência não conseguiu sair do papel em 2017 e para 2018 já se discute desidratar ainda mais a já combalida proposta.

Mas nem tudo foi fracasso, um Banco Central com maior credibilidade e firmeza no controle da inflação contou com uma bela surpresa desinflacionaria, decorrente duma “super safra” de alimentos. Como consequência dessa combinação de fatores vamos fechar o ano com juros e inflação em níveis baixos como nunca antes na história desse país havíamos presenciado.


Um quadro interessante que gosto de analisar é a variação da Pesquisa Focus do Banco Central sobre a expectativa do Mercado quanto as principais variáveis Macroeconômicas. Abaixo podemos ver para algumas variáveis a melhora significativa da economia quando comparamos o que era previsto há 1 ano e o que o Mercado espera atualmente com relação ao ano de 2017

                  Focus - Expectativas de Mercado (BCB)

Focus há 1 ano
Focus Hoje
IPCA (%)
    4,90%
    2,83%
Selic (%)
   10,50%
    7,00%
PIB (% cresc.)
     0,58%
    0,96%
Câmbio (R$/US$)
      3,49
     3,20



Por fim vale destacar que “o ano que vai nascer” será marcado por 16 feriados (dois a mais do que 2017) e também será ano de Copa do Mundo, o que nestas terras é quase o mesmo que incluir mais alguns feriados na conta. Espero que todas estas oportunidades de relaxamento não nos faça ingressar num mar de conformismo e tranquilidade pois ainda há muito trabalho à ser feito, principalmente com relação à discussão e aprovação da Reforma da Previdência e da nossa participação nessas Eleições em que teremos nas mãos uma grande oportunidade de apontar nossa descontentamento com a atual classe política e eleger pessoas de fato engajadas em lutar por prósperos anos novos para a sociedade brasileira.


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