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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Nicolas Cage e Afogamentos

É curioso como muitas questões voltam à tona, parece que gostamos de debater a mesma questão várias vezes na esperança de encontrar resultados diferentes.

Quando eu ainda estava na faculdade, nos idos de 2006 a 2010, era muito comum debater a diferença entre correlação e causalidade usando como caricatura a "sintonia" entre os filmes do Nicolas Cage e o número de afogamentos em piscinas num ano.

As tendências eram de fato muito parecidas, entretanto, podemos afirmar que, o aumento no número de filmes do ator aumenta o número de pessoas que se afogarão? Ou o contrário, que para combater os afogamentos em piscinas basta pagar para o Nicolas Cage ficar em casa e/ou proibi-lo de gravar?

Acredito que poucos discordarão que tal correlação é uma mera coincidência. Neste caso, podemos nos poupar do trabalho estatístico e apelar para o bom senso, porém, nem sempre é tão fácil assim.

O economista André Perfeito tuítou hoje um gráfico polêmico no qual mostrava a forte correlação entre o Preço do Cobre e o Crescimento do PIB do Chile. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Crônicas de um Velho Economista

A anedota é antiga, um pescador tinha uma vida humilde numa vila tranquila. Com trabalho árduo conseguiu um emprego na "cidade grande", acumulou grande patrimônio e assim conseguiu ter um final de vida tranquilo num lugar pacato em que pudesse pescar e não se preocupar com mais nada.

Claro que a caminhada que se inicia e se encerra num mesmo lugar não é inútil, quem corre sabe que a maioria das provas é assim, o percurso é tão ou mais importante do que a linha de chegada (que muitas vezes é a mesma da partida).

Porém, não deixa de ser emblemático nós nos desgastarmos tanto fisica e psicolagicamente para muitas vezes apenas retornar ao início.

Nessa vida, tal caminhada muitas vezes é motivada por objetivos como acumular recursos tanto para nós como para nossos familiares (ascendentes ou descendentes) e, dessa forma, proporcionar à todos um caminho menos árduo.

Por outro lado, algumas horas penso que entramos numa grande centrífuga que nos puxa para um certo destino aparentemente inexorável, sem sequer questionarmos os motivos desta caminhada.

Por que precisamos crescer profissionalmente? Por que precisamos acumular tantos recursos? Por que precisamos provar diariamente em jornadas de trabalho estressantes e cansativas que merecemos melhores cargos e remuneração?