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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Ao Mestre com Carinho

Iniciei este Blog em Julho de 2015; desde então foram 87 postagens (algumas boas, outras reconheço não tão boas) numa média de quase 3 postagens por mês.

Neste tempo gastei muitas palavras com brasileiros (e alguns estrangeiros) os quais eu não tenho qualquer simpatia e estão longe de serem exemplos ou inspiração para qualquer um. 

Ouvindo as músicas de Cartola, pensei em variar um pouco e falar de uma pessoa que admiro tanto pela genialidade como pela simplicidade, mesmo sem este ser um economista.

Falar de Angenor de Oliveira "Cartola" é muito fácil, apenas organizei em bullets a história deste poeta genial. Cartola é um exemplo de como às vezes não valorizamos as coisas que temos de bom aqui nestas terras tupinquins.

Composições antológicas deste mito lhe renderam pouco dinheiro e sucesso, sua vida foi em grande parte marcada por "biscates", problemas com bebida e doenças das mais diversas. 

Atingiu o reconhecimento público e alguma fama quando já tinha cerca de 70 anos.

Isso tudo me faz refletir se não gastamos muito tempo falando de "mesquinharias", ou mesmo buscando incessantemente atingir uma posição de sucesso aos 30 e poucos anos, esquecendo assim de valorizar o que temos de belo neste mundo.

Ao Mestre fica essa pequena retrospectiva a qual no processo de pesquisa de dados só me fez dar ainda mais valor ao maior sambista de todos os tempos, na minha humilde opinião.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Para que analisar os Dados se já tenho a Conclusão?

Um dos erros mais comuns do ser humano é tomar conclusões precipitadas. Muitas vezes, vemos uma manchete de jornal interessante e antes mesmo de ler a matéria por completo, encaminhamos aos grupos de whatsapp ou soltamos a informação como um "bullet" na roda de amigos.

Quando se trata de um assunto banal como a eleição de Anitta para "A mulher do Ano" ou a nova contratação do seu time de futebol, ser impreciso ao expor sua ideia é inofensivo, porém quando se trata de economistas que analisam um dado com a mesma seriedade de quem vai à feira comprar alho e cebola é uma grande picaretagem.

O Ministério do Trabalho divulga mensalmente os dados de emprego formal no CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Para o mês de Novembro de 2017 as demissões superaram as contratações em cerca de 12 mil empregos.

Coincidentemente, Novembro foi o mês que entrou em vigor a nova lei trabalhista, a qual flexibilizou uma série de normas e instituiu, dentre outras coisas, o trabalho intermitente e a jornada parcial.

Não demorou para opositores de plantão lançarem o clássico bordão "eu avisei" para minar a eficácia da Reforma Trabalhista como geradora de empregos, porém há algumas inconsistências nesta colocação, principalmente quando realizada por economistas.

A primeira falha grave é um dos grandes debates da Econometria, a diferença entre correlação e causalidade.

Por exemplo no caso de criminalidade, bairros mais seguros em geral são aqueles com menor presença policial; com base nesse argumento a solução para diminuir o número de crimes seria tirar os policiais da rua? Obviamente não, as greves de policiais militares no Espirito Santo no início de 2017 e atualmente no Rio Grande do Norte são provas cabais de que essa não é a resposta.

No caso dos bairros de maior segurança há provavelmente alguma outra variável que de fato explica o baixo índice de criminalidade como por exemplo presença de vigilância privada ostensiva. Nesse caso relacionar a ausência de policiamento militar com maior segurança é o que chamamos de correlação espúria.

Responsabilizar uma Reforma que entrou em vigor no dia 11 de Novembro com a queda de empregos formais no mês, sem qualquer teste estatístico de causalidade, é um argumento tão consistente quanto o da Maldição de Ramsey, a qual diz que uma celebridade morre dias ou horas após o atacante britânico fazer um gol.