No dia 9 de novembro foi anunciado o nome de Richard Thaler como vencedor do Prêmio Nobel de Economia 2017 ou para aqueles mais rigorosos o Prêmio do Banco da Suécia para as Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel.
Além de cerca de 1 milhão de dólares o prêmio é mais um marco para a Economia Comportamental, tema já tratado neste espaço algumas vezes principalmente destacando as contribuições de Daniel Kahneman, laureado com o Nobel em 2002.
Apesar de passados quase 20 dias da notícia, o que reflete em parte a dificuldade deste escriba em achar tempo para sentar e escrever, o fato de mais uma premiação da Economia Comportamental me fez pensar como o ser humano adapta ou modifica seu comportamento e forma de pensar.
Uma forma didática de traduzir uma idéia é pensar em extremos, por exemplo, vamos imaginar a época em que Adam Smith escreveu o célebre livro A Riqueza das Nações (século XVIII). O famigerado exemplo da especialização de trabalho numa fábrica de alfinete mais do que reforçar a ideia de diferenças na produtividade dependendo do modelo de organização industrial refletia os dilemas de uma sociedade que começava a sentir os efeitos da Revolução Industrial e a migração do trabalho artesanal para a utilização de grandes máquinas.
Hoje os grandes dilemas da sociedade vão muito além de organizar uma atividade dentro de uma fábrica, aliás hoje a produção pode ser feita em qualquer parte do mundo e controlada em tempo real por meio de computadores que diminuem cada vez mais a ação do ser humano no processo.
Nesse sentido o conjunto de escolhas e decisões de um empresário hoje difere muito daquelas da época de Adam Smith, apesar de muitos dos aprendizados do seu livro ainda tanta coisa mudou que seria estranho assumir que o autor conseguiria antever de forma quase mediúnica tudo que estaria por vir.
Hoje o que mais me surpreende no comportamento humano é a reação frente às novas tecnologias e o fluxo de informações.