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domingo, 30 de abril de 2017

11 x 1

Só saberemos no dia primeiro de junho (previsão da divulgação dos dados de Contas Nacionais do IBGE) porém é provável que após um longo e tenebroso período de quedas do PIB observaremos um trimestre de crescimento versus o mesmo período do ano anterior.

Até Dezembro do ano passado atingimos o recorde de 11 trimestres consecutivos de queda (gráfico abaixo). Nunca antes na história deste país observamos um período de penúria tão longo; as crises econômicas por aqui se caracterizavam até então por quedas abruptas porém após um espaço de tempo razoavelmente curto havia sinais claros de recuperação.


As razões para estarmos numa situação como esta são diversas e vão muito além do cenário internacional. China e Estados Unidos, as chamadas locomotivas da economia mundial, de fato cresceram menos em 2016 (6.7% e 1.6% respectivamente) mas um desempenho tão negativo como o brasileiro, que registrou uma retração no Produto Interno Bruto de 3.6% no ano passado. só é comparável a países que passaram por Guerra Civil.

O impacto das operação Lava Jato provavelmente colaborau com o pífio desempenho da economia brasileira no período porém é forçar demais a barra creditar todo a recessão às ações do nosso Judiciário.

Um bom exemplo está no comportamento da inflação que atualmente é a única boa notícia que observamos (o útltimo Relatório Focus indica uma exepectativa de IPCA de 4% para este ano). Passamos por um longo período de alta inflação mesmo com SELIC elevada não devido à Lava Jato mas única e exclusivamente por intervenções desastradas do Governo aliadas à um Banco Central complacente.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Caixas e Caixas de uma Campanha Eleitoral

Um ponto que é uma tônica desde que decidi redigir algumas linhas neste espaço é a facilidade em obter informações nos dias de hoje.

A Delação de Marcelo e demais membros da Odebrecht de fato foram a grande sensação da semana; os vídeos chamam mais atenção de que qualquer seriado do Netflix e ocupam o hot topics de vários grupos de Whatsapp.

A maior parte dos acusados de receber dinheiro de propina na Campanha Eleitoral (seja no Caixa 1 ou no Caixa 2) alegam que ou todas as doações foram registradas no TSE ou não reconhecem qualquer valor não contabilizado.

Uma dúvida veio à minha mente, quanto custa uma campanha eleitoral? Adicionalmente será que o Caixa 1 é tão pequeno que é necessário um Caixa 2 para pagar agrados, aspones e tirar um "por fora"?

Pois bem ao checar o site do TSE - Tribunal Superior Eleitoral há uma ferramenta muito útil chamada Prestação de Contas Eleitorais (http://www.tse.jus.br/eleicoes/contas-eleitorais/contas-eleitorais-normas-e-regulamentos). Nela o leitor mais curioso pode consultar as Receitas e Despesas de todos os candidatos à todos os cargos de cada eleição.

domingo, 2 de abril de 2017

Papo de Buteco

Nas últimas semanas tenho passado grande parte do meu tempo em bares, butecos e similares mas na medida do possível acompanho também o Debate Econômico para o qual a pauta do momento é a Reforma da Previdência. 

Por mais estranho que pareça muitas vezes a qualidade dos argumentos de (alguns) Economistas não fica muito longe da que observo nas mesas de Bar.

Num buteco ninguém exige rigor acadêmico dos participantes da discussão e após algumas rodadas de bebidas é provável que argumentos inconsistentes passem despercebidos. Porém quando se trata de Mestres e Doutores titulares de Grandes Universidades que em alguns casos possuem inclusive grande Espaço na Mídia seria plausível acreditar que a argumentação fosse sóbria e apoiada num alicerce um tanto mais sólido de que uma lata ou garrafa de cerveja.

Não é bem o que parece por intervenções recorrentes da ala keynesiana dos economistas tupiniquins nas últimas semanas. Esperar que Wagner Moura e Camila Pitanga (apesar de excelentes atores) tenham profundo conhecimento estatístico e econômico é acreditar no conto da carochinha porém um Doutor em Economia deveria ter um pouco mais de rigor quando abre sua boca para vociferar uma tese que não se sustenta.

A bola da vez é a confusão com o Conceito de Expectativa de Vida. Uma rápida pesquisa no Google indica que no Brasil a expectativa de vida média ao nascer é de 75 anos. Os piores Estados nesse quesito são Piauí e Maranhão que apresentam expectativa média de 70 anos. Quando se discute a fixação da idade mínima de 65 anos para aposentadoria é muito fácil (e conveniente) dizer que é uma medida cruel e que milhões de brasileiros morrerão sem se aposentar.

Para acabar com essa falácia Alexandre Schwartsman publicou nesta semana a variável que realmente importa na análise da Previdência que é a expectativa de vida ao se aposentar. Diferentemente do primeiro conceito que é poluído por fatores como Mortalidade Infantil e a Criminalidade nos Estados e Municípios o gráfico elaborado por Alex mostra que no Brasil uma pessoa ao completar 65 anos possui uma Expectativa Média de Vida de 83 anos (vide abaixo).