Volta e meia, algum economista "bem intencionado" sugere um atalho para elevar a competitividade e promover o crescimento da indústria brasileira, a velha "fábula" dos juros subsidiados/reduzidos.
Em encontro recente na FEBRABAN, o atual presidente do BNDES levantou novamente esta questão, argumentando que a redução da TLP, taxa de juros dos empréstmos do BNDES, é essencial para a "reindustrialização" do Brasil.
Primeiramente, recomendo ao estimado Alozio Mercadante a leitura do artigo "What do state-owned development banks do? Evidence from BNDES", publicado no conceituado periódico World Development.
Os autores concluem que os empréstimos do BNDES não aumentaram a performance nem os investimentos das empresas agraciadas pelo Banco Estatal. E o mais interessante, o artigo mostra que as empresas que receberam empréstimos poderiam realizar os projetos à taxas de mercado e/ou utilizando capital próprio.
A maioria das pessoas que já trabalhou na Tesouraria de uma grande empresa no Brasil não se surpreende com esse resultado. É comum que os diretores financeiros coloquem como meta financiar projetos com recursos do BNDES.