Home

terça-feira, 6 de março de 2018

Ganhar mais ou Gastar melhor?

Quando chega o fim do mês (as vezes até antes mesmo do fim) e vemos que não conseguimos poupar e investir parte da nossa renda, uma das primeiras hipóteses levantadas é a de que precisamos ganhar mais, ter um salário maior para compatível com os nossos gastos do dia a dia.

Num segundo momento começamos a ver o que podemos cortar ou substituir por alternativas mais acessíveis, diminuímos o número de refeições fora do domicílio, trocamos o carro pelo transporte público e até mesmo cogitamos mudar de casa para e mudarmos para uma região mais barata.

No final do dia, o melhor dos mundos é recorrer aos dois expedientes, ou seja, ser contemplado com uma promoção ou aumento salarial e diminuir gastos supérfluos ou não tão essenciais. 

Como ser promovido no trabalho não depende (no limite) de nós mesmos, com exceção de alguns políticos que votam o próprio aumento de salário, o melhor que podemos fazer para garantir uma situação financeira equilibrada é buscar sempre que possível alternativas de consumo de menor custo.

Duas matérias recentemente abordam a situação da Segurança Pública no Rio de Janeiro sobre estes dois prismas, de um lado a reportagem do UOL mostra que em 10 anos os gastos com segurança do Estado duplicaram enquanto a coluna de Marcos Lisboa aborda que esta elevação foi usado basicamente para cobrir o aumento expressivo da Folha de Pagamento de policiais da Ativa e Aposentados, deixando em segundo plano investimentos em veículos, armas e inteligência de combate ao crime.

Não à toa a violência no Rio de Janeiro cresceu mesmo com o aumento de gastos em Segurança Pública. No que pese a ressalva da complexa situação de uma cidade com um número expressivo da população morando em favelas, o episódio da Intervenção Federal é uma dura lição para entendermos os efeitos de uma administração leniente das Contas Públicas.

Por muito tempo os políticos acreditavam que o conceito de Restrição Orçamentária era alguma piada de um burocrata porém, como já disse algumas dezenas de vezes, em Economia não existe almoço grátis. O grande contingente de funcionários públicos contemplados com seguidos aumentos reais de salário e um regime mais brando de aposentadoria iria estrangular o orçamento do Rio mais cedo ou mais tarde.

Por fim o mais triste é que o Rio de Janeiro teve ainda um outro agravante, o mau uso do aumento de receitas em decorrência dos royalties da exploração de petróleo no Pré Sal. No nosso exemplo da introdução é como se o nosso salário tivesse dobrado e tivessemos trocado de carro, casa e colocado os filhos numa escola particular de ponta. 

O problema é que diferente da vida real o aumento salarial foi provisório, passada a bonança dos royalties vimos nosso salário cair pela metade porém por motivos contratuais não conseguimos vender o carro, devolver a casa ou matricular os filhos em uma escola mais barata.

Só podemos esperar que estes tristes exemplos de tiroteios diários e uma força policial desmantelada sem condições de cumprir seu papel de dar segurança ao povo carioca sirva de exemplo para repensarmos de forma profunda como gerir o orçamento público.





Nenhum comentário:

Postar um comentário