Quando falamos da análise macroeconômica é comum que alguns fatos antecedam a variável de interesse que estudamos.
Um exemplo de um fenômeno natural com essa característica é o movimento do mar numa onda (ou no extremo num tsunami) no qual primeiramente observa-se o recuo da água em direção ao oceano para posteriormente seu retorno em direção à terra.
No mundo das finanças isso é visto no movimento de ações para o qual a teoria em geral aceita a tese de que o preço hoje é uma função da expectativa de dividendos e geração de caixa futura. Dessa forma os preços sobem e caem no presente ante um fato que ainda não se realizou (maiores ou menores lucros nos períodos futuros).
Em ambos os casos é importante não confundir indicador antecedente com causalidade, ou seja, não é o recuo do mar que causa uma onda gigante da mesma forma que não é o aumento do preço de uma ação hoje que elevará a lucratividade de uma empresa porém ambos fenônemos, se analisados com rigor, podem auxiliar na elaboração de previsões.
Não à toa os modelos estatísticos de Séries de Tempo utilizados na Macroeconomia via de regra valem-se de variáveis defasadas; grosso modo olha-se o passado e o presente para suportar os diagnósticos quanto ao futuro.
Nesse sentido, quando falamos de recuperação da indústria há duas variáveis que gosto de olhar, Utilização da Capacidade Instalada e a Expedição de Papelão.
A primeira indica se o Empresário possui margem de manobra para elevar sua produção e quando situada em níveis elevados aponta uma pressão de demanda que em geral incentiva Investimentos em mais Capacidade Produtiva.
A segunda também nos dá algum indício sobre a Demanda por bens industriais uma vez que o Papelão é muito utilizado como embalagem destes itens e um aumento na utilização do mesmo aponta que a Indústria provavelmente está aumentado sua Produção.